Histórias da Rede

E assim surge a denominação Rede Berel...
Por Jorge Luis e Fabio बर्रोस

Bem amigos da Rede... Rede o quê? Ora somo os beréis de plantão, então, só pode ser Rede Berel!
Essa frase foi dita por Jorge Luís em 31.12.1995. Na ocasião lá estavam os Srs. Tertuliano Xavier (o Neto), nosso Diretor de Comunicação, Valdecir Calazans, nosso Diretor de Artes, Valdenir que é conhecido como Val amigo do Jorge que trabalha no Itaú, Fábio Barros que é nosso Diretor de Mídia e vice-presidente e Jorge Luís o presidente.
Aquele ano, 1995, tinha sido para todos um ano inesquecível, a essência dos beréis de plantão neste ano foi marcado por shows, festas e aventuras. Paralamas no Olímpia, Rita Lee, Caetano, Barão, Titãs no Vale, O show que não aconteceu da Legião no Expo Music, à volta do Camisa, a festa dos 10 anos da 89 e das "pedras que rolaram" no Pacaembu. Os meninos não queriam que o encerramento daquele ano fosse diferente. Tinha que ser incrivelmente diferente. Eles teriam três dias e pensaram em viajar. Val, que há muito não via seus familiares de Curitiba, sugeriu que todos o acompanhassem até a casa de sua irmã. De início os rapazes ficaram pensativos, afinal, seriam três aventureiros a mais invadindo a casa de uma pacata família.
Prós e contras pensados, fora decidido que sim, eles iriam desbravar os caminhos que os levariam ao sul do país. A BR116 começaria a acostumar-se com a galera, uma vez que em fevereiro deste mesmo ano eles tinham ido á Itajaí SC (Não percam essa hilariante história no Berelando 3).
Jorge que já tinha se desfeito do famoso "Barro Móvel" estava ansioso por colocar seu novo veículo na estrada. Ele tinha um problema, sua carta venceria exatamente neste mês, e eles haviam decidido viajar há pouco mais de uma semana da data. Como era sua primeira renovação de carta, Jorge, sem muita experiência, procurou um despachante. O despachante garantiu a Jorge que sua carta ficaria pronta e que, se isso não ocorresse ele poderia viajar apenas com o comprovante do exame médico. E assim foi. Jorge ficou tranqüilo. Fábio não poderia ir com os rapazes de carro, pois não conseguira uma dispensa dos Correios para o último dia útil do ano. Pobre rapaz teve que trabalhar. Valdecir resolveu ir também de carro, ele achava que dessa forma seria mais confortável para todos.Mapa em punho, caminho acertado, restava agora partir. Todos reunidos na casa do Val, para que bem cedo por voltas das 06:00h, após terem tomado o café: Curitiba, aí vão eles!
E lá seguirão os rapazes, pela estrada de Itapecerica da Serra. Ao chegarem em Itapecerica, o primeiro probleminha: O carro de Valdecir, o Russo, ferve e eles se viram obrigados a interromperem por aproximadamente uma hora o início da viagem. A alegria de Jorge era dupla, já não era mais o carro dele que atrasava as saídas por motivos mecânicos, e seu novo carro estava prestes a adentrar a rodovia para o grande teste. Primeiro problema solucionado, agora seguem todos felizes BR116 afora, até que...
... No céu, uma grande nuvem cinza se forma, e sem pedir licença, transforma-se em uma torrencial chuva!
Vocês devem conhecer a fama que essa tal BR116 tem, não é mesmo? Agora imaginem, dirigir nela pela primeira vez e sob forte chuva! Valdecir, o Russo, motorista mais experiente nas estradas, na ocasião, apesar de usar uns óculos do tipo fundo de garrafa, garantia que estava enxergando bem, e seguia firme e forte à frente da viagem. Já o Jorge, que a essa altura já pedia para o Val o acompanhar em suas orações, dizia que iria porque tinha fé...
Neto era o co-piloto de Russo, e até então dirigir mesmo que era bom...
Jorge nem pensou em pedir para que Val dirigisse seu carro. Primeiro: era seu carro novo, segundo: Val era famoso por dirigir um Fusca que ele afirmava ter um certo "piloto automático", desses que levam sozinhos os seus donos a seus destinos.
Tudo ia quase que tudo bem até se ouvir aquele estrondoso barulho! Jorge pensou: "Acabei com frente de meu novo carro!" Deu sinais de luzes para Russo que não estava muito à frente.
Para sorte dos rapazes foi apenas o pneu que estourou após passarem por buraco, quero dizer, cratera, dessas típicas da BR116. Os quatro rapazes sob uma chuva gelada, que eles afirmavam doer, trocaram o pneu. De repente, outro barulho parecido com o que acabara de ocorrer. Era um outro rapaz que se viu atingido pela mesma cratera! O pior, esse rapaz não sabia trocar pneus... Os rapazes olharam uns para os outros e... Mãos á obra! Olha que surpresa, o estepe do moço esta murcho! Ele não se fez de rogado, disse aos rapazes que ficaria agradecido se eles colocassem o pneu assim mesmo, do jeito que estava, pois ele viu que a uns trinta metros atrás, tinha uma placa indicando borracharia. Acreditem se quiserem: com o pneu murcho e tudo o rapaz engatou uma marcha ré e conseguiu alcançar o borracheiro. Após três segundos passa um daqueles famosos caminhões da Br pela estrada! Seguindo viagem, a chuva para o tempo não estia, e mais alguém resolve para também, e de vez! O trânsito. Queda de barreiras fizeram com que uma viagem que normalmente duraria no máximo 5 horas, se esticasse para 14 horas! Após algum tempo, Jorge e Val já não sabiam onde estava Russo e Neto, foi quando de repente, com o trânsito parado, aqueles motoristas resolveram pegar a contra-mão e seguir viagem. E adivinhem que estava liderando? Ele mesmo. Valdecir Calazans, o Russo. Colocou seu braço para fora e começou a fazer gestos para o Jorge, querendo dizer que era para ele seguir também. O Jorge não foi.
Algumas hora depois, a fome bateu forte, Val sugeriu que eles poderiam comer algo num posto que estava próximo. Atravessaram com o carro a rodovia e estacionaram onde vários carros já estavam parados. Mal chegaram e os motoristas desses mesmos carros saem como que desesperados. Jorge sem entender nada logo pensou: Oba! Vai sobrar vaga! Percebeu que somente um homem ficou parado no que pensava ser um estacionamento e, ao se aproximar, viu que se tratava de um guarda de trânsito que gesticulava feito doido para ele também voltar, pois ali não era estacionamento.
Desfeito o mal entendido, entraram num "boteco" junto ao posto. Val disse: "Vou comer uma coxinha, vai uma aí Jorge?" Jorge responde: "Você tá louco, essa coxinha aí ta com cara de 'Jesus me chama!'"Val comeu assim mesmo. Quando Jorge se virou percebeu que logo atrás dele estava o mesmo guarda de trânsito que momento antes havia o expulsado do que não era estacionamento, e o pior, estava comendo a tal coxinha, com uma boca de quem estava gostando muito e os olhos voltados para Jorge de quem não gostou muito!Jorge se volta para o Val e diz: Xiii Val, é melhor sairmos daqui logo, senão tomaremos uma multa! E voltaram para o carro.Horas mais tarde o trânsito foi se liberando, a fome de Jorge continuava, até que reencontraram Neto e Russo, que dividiram um pacote de bolachas, sanando a fome de todos.
Ao fim daquele dia, enfim, os rapazes chegaram ao seu destino: Curitiba!
Ali eles tiveram a oportunidade de conhecerem o Sr. Nelson e sua família que recepcionaram calorosamente á todos.
Malas desfeitas, apresentações em dia, resolveram conhecer um pouco da noite daquela cidade. Foram até a famosa Rua Vinte e quatro horas. Lá o Val, homem que se apaixona com a velocidade da luz, se encantou com uma "guria" que servia bebidas no bar que escolheram ficar. Resultado: alguns copos quebrados e algumas declarações de amor. Dentre elas, a famosa frase: "Bem amigos da Rede Berel!" Jorge dizia nesta ocasião, que o grupo estava crescendo, rompendo os limites inclusive de Estado, "Somos uma Rede!".
A partir daquela data ficara decidido que os "Beréis de plantão" se auto denominariam uma rede de amizade, que passaria a se chamar Rede Berel.
No dia seguinte, todos descansados, resolveram procurar um mecânico para "ajeitar" o carro do Russo para que esse não fervesse mais. Também era necessário ir buscar o Fábio na rodoviária, ele chegaria nesta manhã.
Tudo acertado e o Fábio chega. Agora a turma estava completa.Neste dia, o pessoal pode visitar alguns dos pontos turísticos da cidade: a praça do relógio de flores, as ruínas históricas da fundação de Curitiba, e veja que engraçado, descobrimos que eles têm um zoológico no meio da cidade!
Ao anoitecer mais um passeio pela encantada cidade. "Vamos estacionar aqui", disse Russo. "OK Russo, não esqueça de tirar o toca-fitas" (tratava-se de um modelo Rio de Janeiro, que na época era top de linha). "Não se preocupem amigos, aqui não roubam toca-fitas", disse Russo.
Quando retornaram, qual não foi a surpresa, ao perceberem que o vidro do carro de Russo estava estilhaçado. Pois é meus amigos, lá se roubam toca-fitas sim! Pobre Russo...
No terceiro e último dia, os rapazes resolveram visitar o famoso Jardim Botânico, onde lá se fizeram passar por repórteres de uma emissora de TV, usando inclusive, camisetas oficiais que os identificavam como tal, entrevistando várias pessoas. Esticaram novamente até o zoológico e sintam a malvadeza, o tema escolhido para entrevistar as pessoas foi: Procura-se um parente!
Um senhor que observava o "trabalho" dos beréis foi se chegando e, acreditem, foi bombardeado por perguntas do tipo: "O Sr já encontrou algum parente por aqui?" Vejam a resposta: "Sim! Um irmão meu, e isso já faz algum tempo!". Jorge não contente ainda com a resposta, continua a indagar: "Foi por ali mais ou menos?" (apontava ele para a jaula dos macacos). E o tiozinho afirmava veemente que sim.
Outro episódio interessante foi quando em frente a um bebedouro os beréis posicionaram a câmera e começaram a perguntar às pessoas se elas sabiam que a água que eles estava bebendo era reciclada, ou seja, a água que escorria para dentro do bebedouro era a mesma que saia para ser bebida novamente. Acreditem, muitas das pessoas desistiram de tomar a água.
Neste dia o Sr. Nelson e família, o Val e toda a turma se divertiram muito. Adentrando a esperada última noite daquele ano, tudo se deu como o esperado. Muitos fogos e abraços.
Depois do tradicional almoço de ano novo, os beréis resolveram partir, afinal o dia seguinte seria um dia de trabalho.
E lá foram eles novamente para a BR116, já estava escurecendo. Jorge como sempre, temeroso com relação a estrada: "Vamos embora logo!".
Rodando pela estrada, a serração resolve baixar de vez! "E agora Val?", disse Jorge.
"Calma, amigão, vai acompanhando a faixa amarela". Para Jorge tudo se resolve quando avista um caminhão todo cheio de luzes. "É aqui mesmo que eu fico!", disse ele.
Enquanto isso, no outro carro: "Veja Russo, o Jorge está seguindo aquele caminhão!". "O Jorge? Que nada!" Afirma Russo. Então ultrapasse ele! Disse Neto.
Ao perceber que iria ser ultrapassado, Jorge toma fôlego e mais que depressa resolve ultrapassar o caminhão.
Logo a frente avistou uma luzinha que acendia e apagava por vezes. Jorge pensou: deve ser uma moto com luz defeituosa. Ao se aproximar enxergou um braço que o indicava para encostar. Era o policial rodoviário, que em alto e bom som disse: "Seus documentos e os documentos do carro!" "Está aqui seu guarda, minha carta está vencida, mas tenho esse exame médico que meu despachante disse ser suficiente". O guarda com um olhar maroto responde: "Ele é despachante ou juiz do Detran? Pois só um juiz poderia autorizá-lo a rodar com isso! E tem mais, o Sr ultrapassou em local proibido, sua luz de lanterna está queimada e aquela coxinha é de primeira qualidade!"
Só para o Jorge foram quatro multas, e o Neto que dirigia o carro do Russo levou uma multa, ele também ultrapassou naquele local.
Daquele trecho em diante, Jorge não pode mais conduzir o carro, para sua sorte, todos tinham habilitação válida. Feita a troca de motoristas, Russo passou a dirigir o carro de Jorge. A viagem seguiu noite adentro e mais uma vez a serração forte atingiu a estrada. Jorge olhou para Russo (que usava aquele óculos fundo de garrafa) e disse: Você está enxergando alguma coisa? Russo responde: Fique calmo, vejo a faixa amarela perfeitamente! Dali por diante só ouvia orações, de todos os tipos e para todos os santos.
Por fim, os beréis chegaram em suas residências nesta madrugada, apesar de todos os contratempos, são e salvos!